Oi!

Finalmente eu me sentei para criar meu blog e publicar minha primeira postagem. Escrevo há muito tempo, mas nunca tive o ímpeto, ou até mesmo a coragem, de compartilhar. A desculpa que eu usava para não ir adiante era que “as coisas que gosto de escrever já há muita gente escrevendo”, até que uma amiga me disse que “todo mundo escreve sobre alguma coisa e sempre se escreve algo sobre algo que já se escreve há muito tempo”, então vi que não tinha mais justificativa para não fazê-lo. Tem também aquela sensação de não querer ser julgada, mas isso também já faz no nosso dia-a-dia, uns aos outros, ou como eu gosto de pronunciar: “unzausoutros”! Também não poderia usar isso como desculpa e ultimamente eu tenho vivido experiências quase que brutais, de tão intensas, e tenho chegado a conclusões que me ensinaram tanto e sempre quero que as coisas que me servem de aprendizado sirvam para alguém também. Sem contar que é gostoso falar das coisas triviais da vida, e esse é um dos meus maiores objetivos aqui.

Eu sou "A Criola" desde os meus 14 anos, quando no primeiro ano do segundo grau (como se dizia naquela época) disse aos meus colegas que um dos meus tios me chamava assim, e pegou: Flávia Criola! Sou mulata mestiça, minha mãe é ascendência africana e meu pai era de alemã. Tenho 36 anos, sou capixaba da gema apaixonada pela minha terra natal, Vitória no Espírito Santo, mas sempre estou em movimento. Já morei em Porto Seguro na Bahia, em Vila Nova de Famalicão no norte de Portugal, na ilha de Capri na Itália e há um ano estou em Florianópolis capital de Santa Catarina (acho que tenho uma coisa com ilhas!). O mundo é pequeno para mim e quero conhecer tudo, e já há algum tempo venho viajando daqui para ali sempre que posso. Sou professora de inglês de formação, pós-graduada em estudos ingleses pela Universidade do Minho, em Braga, Portugal. Sou faladeira, brincalhona e desbocada, estou sempre falando bobagem e rindo, mas sou bem transparente quando uma coisa me aborrece! Quando tenho um objetivo gosto de me concentrar no que estou fazendo e aluno meu já sabe: aula comigo tem que ter divertimento e produção - sou a primeira a tocar a bagunça, mas quando é a hora de produzir tem que entrar na linha. Gosto das coisas simples da vida e acredito que as grandes coisas se conquistam aos poucos.

Apesar da minha evidente natureza espalhafatosa, e quem me conhece pessoalmente pode confirmar, gosto de ver a vida de forma transcendental e estar com mente, corpo e espírito sempre em harmonia com a realidade a minha volta. Vivo sempre tentando ver o lado positivo de tudo que acontece comigo, tudo. Por pior que seja uma coisa eu deixo o maremoto passar e avalio a situação, detalhe por detalhe e sempre tiro algo que me sirva de lição.

Gosto de conversa fiada, de falar pelos cotovelos, falar de coisas curiosas e interessantes que acontecem com pessoas comuns, em qualquer momento inesperado e daí se descobre um monte de coisas. Por isso que escolhi chamar este blog de almanaque, para falar de muitas coisas ao mesmo tempo (porque na minha cabeça um almanaque é assim!). Vamos falar de coisas triviais, compartilhar qualquer coisa das muitas coisas que estou sempre pensando e que acontecem com qualquer pessoa, coisas engraçadas que nos fazem chorar de tanto rir, sem muita frescura ou formalidade, trocar figurinhas, contar causos, memórias, falar de coisas sem noção. Quero que os visitantes possam se identificar com esse ambiente casual que quero  criar aqui. E nada de rotinas, como boa aquariana eu as detesto!

Não pretendo transformar este espaço em algo cult porque tudo que é muito assim, por mais inteligente e intelectual que seja, pode ser muito moroso, e eu gosto das coisas divertidas e coloridas. Gosto da mistura desta nossa época pós-moderna que vivemos onde se toca música clássica em ritmo de samba. Com isso, quero utilizar os versos do meu poema favorito para ajudar a explicar as coisas que me motivam e que eventualmente me trouxeram até aqui. É do escritor americano e.e. cummins (ele assinava com letras minúsculas mesmo), since feeling is first, e em seus primeiros versos ele diz que já “que o sentir é mais importante e quem presta qualquer atenção à sintaxe das coisas nunca beijará alguém por completo” (tradução livre de “since feeling is first who pays any attention to the sintax of things will never wholly kiss you”). Sintaxe são regras que ditam a ordem da construção de frases, eu gosto da semântica, aquilo que explica o significado do que se diz e me faz entender as coisas e agregar sentimentos positivos em minha vida. Regras são úteis desde que as sigamos por opção para trazer a ordem em nosso benefício,  não por imposição. Gosto de escrever as coisas com meu toque pessoal sobre aquilo que é significante para mim: desde a ler um poema a contar uma anedota.

Meus maiores desafios aqui: um deles já superado que foi criar um blog; depois disso vem eu escrever pouco, para não ficar uma coisa maçante, mas quando eu me empolgar publico as coisas em capítulos, mas eu falo demais e isso é difícil controlar (!) mas o mais importante para mim é fazer com que cada um que venha aqui possa se divertir e se descontrair. Todos dizem que eu sou criativa e engraçada e que deveria criar mesmo um blog, então, que assim seja!

Sejam bem vindos!

Flávia Criola

ps: quero agradecer ao apoio de algumas pessoas que contribuíram para iniciar este blog. Primeiramente, minha mãe Jardelina, que sempre me incentivou a ser criativa e que nunca poupou esforços para ampliar o conhecimento de suas filhas! Minha irmã, Melissa, que é jornalista e me ajudou com a revisão de alguns textos. Minha prima-gêmea Adriana, que sempre liga na hora certa e só com quem posso filosofar sobre a vida! Meu melhor amigo, Fabrício, que é meu confessor para todos os assuntos, com quem divido os momentos mais divertidos nesta fase atual da minha vida e que tanto me apoia a vencer meus medos (e que tanto me atura!). A Luciana, que eu gosto de chamar de Mãe Luciana, porque sempre tem algo a dizer que nos propulsiona a fazer algo melhor com uma clarividência e praticidade que dão medo! E a Kessie, que foi a amiga a quem me referi no primeiro parágrafo, foi com aquele seu comentário simples e corriqueiro que desencanei da minha vergonha de escrever. Ai, gente, olha, eu sou muito grata às pessoas que me ajudam e gosto de reconhecer, me permitam esse capricho!