Gente, ainda bem que eu conheço pessoas que sabem que sou
capaz de certas coisas, e hoje fiz uma delas e tive a mais divertida das
surpresas.
Desde que vim morar aqui em Florianópolis, há dois anos e
meio, eu adotei um estilo de vida mais saudável e vivo nas feiras da cidade em
busca de alimentos orgânicos e coloniais, especialmente queijo. É chamado queijo
colonial o de produção artesanal originário do Rio Grande do Sul, mas se
fabrica aqui em Santa Catarina também, felizmente, É UMA DELÍCIA! Há uma feira
de orgânicos todas as quartas-feiras no campus da UFSC, e, com exceção das
segundas e quintas, no Largo da Alfândega no centro da cidade há uma feira de
produtores das redondezas que trazem os benditos queijos e manteiga colonial,
cachaça, açúcar mascavo, ovo caipira, feijão, fubá, goma de tapioca, muitas
folhagens orgânicas, as verduras em sua maioria são do Ceasa, mas algumas
barracas trazem um ou outro vegetal orgânico, e muitas outras coisas que
comumente se encontra nessas feiras. Bato meu ponto semanalmente e já sou
conhecida de alguns feirantes.
Feira no Largo da Alfândega, centro de Floripa |
Eu adoro feiras! É um ambiente saudável, mas principalmente
de muita comida, e há coisas que só acontecem lá! Só há coisas gostosas, e
muito me agrada ver que há negócios de famílias inteiras em que todos
trabalham, pois se cria um clima mais íntimo. Há um casal de velhinhos que eu adoro e já os chamo de “tio” e “tia”
e sempre que me vêem já esboçam um doce sorriso. Como eu sou de fora da cidade
curto muito observar o sotaque local e identificar as diferentes variações de
pessoas de outras localidades, mas o sotaque “Manezinho” típico de Floripa é o
que reina com seus bordões e vocábulos, mas o que mais gosto é o de tratar a
todos por “Quirid@”, geralmente no fim da frase e, muitas vezes, para se tirar certa
vantagem do outro, principalmente numa conversa divertida.
Hoje eu estava pagando minha sacola de folhas quando o
feirante da barraca do lado começou a gritar: “OLHA O PERU! QUEM VAI LEVAR O PERU?!?
ELE ESTÁ NO PONTO!”. Eu, claro, ri e a mocinha que me atendia que é muito
branquinha chegou ficar enrubescida ao me acompanhar no riso. Novamente, eu,
claro, que não posso decepcionar o meu público, me engajei na seguinte
discussão:
Eu: Mas esse peru é grande?
Feirante: Claro, filha, aqui só tem coisa de qualidade!
Transeunte: Sei não... esse peru não está com cara de ser
grande...
Feirante: Tamanho não é documento, “Quirida”!
Todos riram do dono do peru!!! Eu tive
que me escorar na barraquinha da moça, que a esta altura já estava com as
bochechas quase púrpuras. E o melhor era a cara do sujeito, daquelas figuras bem divertidas e sem-vergonha!
É sério, esse tipo de coisas estão sempre a acontecer comigo
e é pena que eu não consiga transferir para cá toda a diversão e espontaneidade
do momento. Mas espero que você ache graça e, como a transeunte intrometida,
que aprenda a lição!
Bom peru para quem vai comer na semana que vem!
Flávia Criola