sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O tamanho do peru



Gente, ainda bem que eu conheço pessoas que sabem que sou capaz de certas coisas, e hoje fiz uma delas e tive a mais divertida das surpresas.

Desde que vim morar aqui em Florianópolis, há dois anos e meio, eu adotei um estilo de vida mais saudável e vivo nas feiras da cidade em busca de alimentos orgânicos e coloniais, especialmente queijo. É chamado queijo colonial o de produção artesanal originário do Rio Grande do Sul, mas se fabrica aqui em Santa Catarina também, felizmente, É UMA DELÍCIA! Há uma feira de orgânicos todas as quartas-feiras no campus da UFSC, e, com exceção das segundas e quintas, no Largo da Alfândega no centro da cidade há uma feira de produtores das redondezas que trazem os benditos queijos e manteiga colonial, cachaça, açúcar mascavo, ovo caipira, feijão, fubá, goma de tapioca, muitas folhagens orgânicas, as verduras em sua maioria são do Ceasa, mas algumas barracas trazem um ou outro vegetal orgânico, e muitas outras coisas que comumente se encontra nessas feiras. Bato meu ponto semanalmente e já sou conhecida de alguns feirantes.

Feira no Largo da Alfândega, centro de Floripa

Eu adoro feiras! É um ambiente saudável, mas principalmente de muita comida, e há coisas que só acontecem lá! Só há coisas gostosas, e muito me agrada ver que há negócios de famílias inteiras em que todos trabalham, pois se cria um clima mais íntimo. Há um casal de velhinhos que eu adoro e já os chamo de “tio” e “tia” e sempre que me vêem já esboçam um doce sorriso. Como eu sou de fora da cidade curto muito observar o sotaque local e identificar as diferentes variações de pessoas de outras localidades, mas o sotaque “Manezinho” típico de Floripa é o que reina com seus bordões e vocábulos, mas o que mais gosto é o de tratar a todos por “Quirid@”, geralmente no fim da frase e, muitas vezes, para se tirar certa vantagem do outro, principalmente numa conversa divertida.

Hoje eu estava pagando minha sacola de folhas quando o feirante da barraca do lado começou a gritar: “OLHA O PERU! QUEM VAI LEVAR O PERU?!? ELE ESTÁ NO PONTO!”. Eu, claro, ri e a mocinha que me atendia que é muito branquinha chegou ficar enrubescida ao me acompanhar no riso. Novamente, eu, claro, que não posso decepcionar o meu público, me engajei na seguinte discussão:

Eu: Mas esse peru é grande?
Feirante: Claro, filha, aqui só tem coisa de qualidade!
Transeunte: Sei não... esse peru não está com cara de ser grande...
Feirante: Tamanho não é documento, “Quirida”!

Todos riram do dono do peru!!! Eu tive que me escorar na barraquinha da moça, que a esta altura já estava com as bochechas quase púrpuras. E o melhor era a cara do sujeito, daquelas figuras bem divertidas e sem-vergonha!

É sério, esse tipo de coisas estão sempre a acontecer comigo e é pena que eu não consiga transferir para cá toda a diversão e espontaneidade do momento. Mas espero que você ache graça e, como a transeunte intrometida, que aprenda a lição!

Bom peru para quem vai comer na semana que vem!


Flávia Criola

Pequenos passos

 Como tem sido nos últimos meses, mais uma vez eu já acordei cansada. Mas, era mais um cansaço emocional, porque fisicamente eu estava bem. ...